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12/03/2019 às 17h13min - Atualizada em 12/03/2019 às 17h13min

Acusado na morte de Beto Campanha vai a júri e espera obter inocência

Procurado pela Gazetaweb, Alex Farias conta que não tem sossego, visto que o passado ainda marca a sua vida

- FONTE: GAZETAWEB CRÉDITO: GAZETA WEB
Desde 2011 quando esteve na Gazetaweb Alex vive com medo e em busca de justiça para seu caso
 

A vida fica bloqueada", contou o estudante de direito Alex Farias, apontado pelo Ministério Público de Alagoas (MPE/AL) como um dos envolvidos na emboscada que matou o ex-vice-prefeito do Pilar, Beto Campanha. Ele vai a juri, na quinta-feira (12), pelo crime ocorrido em 2007.  O júri será no Fórum de Maceió.

Os tiros fatais teriam sido disparados pelo policial civil José Alfredo de Souza Pontes, o Alfredinho. No ano seguinte, ele também foi morto de forma trágica.

 

Recolhido e em segurança, Farias se previne para conseguir estar presente no julgamento marcado para a tarde desta quinta-feira, no Fórum de Maceió. 

Os cuidados são por conta das cinco mortes ligadas à investigação: Antônio de França, Amabílio Loureiro, Alfredinho, Di Lampião e Dimas Barbosa.

"Só saio daqui para o julgamento com proteção. Espero ser inocentado. Fui envolvido nesse crime apenas por ter amizade com Alfredinho. Me sinto um prisioneiro ao longo de todos estes anos. Fui usado como bode expiatório. Não tem nenhuma outra comprovação", contou Alex ao ser procurado pela Gazetaweb.

Para justificar que não teme e não deve nada em relação a polêmica morte, diz que o julgamento agora marcado foi requerido por ele mesmo em 2013 e 2014. "Mas somente agora é que vai acontecer", acrescentou Alex Farias.  

Ele lembra que, em meio as muitas versões do processo que arrasta há mais de 10 anos, acabou envolvido porque na investigação a tese criada foi a de que existiram três grupos em motocicletas para matar Beto Campanha.

O inquérito teria apurado que Alex estava com Alfredinho no momento da morte. Mas, em entrevista concedida em 26 de junho de 2007 ao portal de Notícias Alagoas 24h, o ex-policial disse que o autor dos tiros contra Campanha foi o ex-policial Amabílio e que dos acusados no processo só isentava, justamente, Alex. 

"O delegado disse que eu estava na garoupa de uma moto e que não teria conseguido executar. O modelo da moto é uma Agrale, como consta nos autos. Sou uma pessoa que tem 1,86 m de altura e 198kg. Se eu sentar na garoupa de uma Agrale ela empina", revela Alex, dizendo, ainda, que vai tentar demonstrar isso no julgamento.

O fato do Ministério Público de Alagoas (MPE/AL) não ter, sequer, assistente de acusação lhe dá a sensação de que a família da vítima não tem mais razões para continuar acreditando em seu envolvimento na trama assassina.

Em entrevista à Gazetaweb, Oscar Cavalcante Alves, o Oscar Campanha chegou a dizer que lamentava ter sido "usado" para incriminar "pessoas inocentes". Sua irmã, Rafaela Cavalcante, também falou em indução durante as diligências da polícia.

Outro detalhe é que ao logo do tempo o processo foi se desfigurando com várias pessoas ouvidas e processadas sendo executadas. Foi o caso, também, da chamada testemunha chave, o pistoleiro Dorgival da Silva Barros, que em 2015 também foi morto com 27 tiros.

O Caso

Beto Campanha foi morto em 19 de janeiro de 2007, no cruzamento onde existe a loja de venda em atacado Mackro, no Tabuleiro do Martins, em Maceió. Político popular, era cotado para disputar a prefeitura da cidade que tinha, já a época, vocação promissora por conta dos royaltes que seriam pagos mensalmente pela Petrobras. 


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