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01/03/2023 às 13h28min - Atualizada em 01/03/2023 às 13h28min

Agreste e Sertão são destaques na criação de camarões em Alagoas

A criação de camarões em viveiros, a carcinicultura, vem se expandindo para o interior do Estado, a exemplo do Agreste, Sertão e Zona da Mata. Somente em 2021, foram produzidos 1.477.400 quilos de camarão em Alagoas, destes, 1.083.000 quilos foram no Agreste: 400 mil kg foram em Coité do Nóia, 250 mil kg em Arapiraca, 230 mil kg em Limoeiro de Anadia, 200 mil kg em Igaci e 3 mil kg em Taquarana. Em Maragogi foram produzidos 300 mil kg de camarão, 40 mil kg em Igreja Nova, 21 mil em Piaçabuçu, 16 mil em Boca da Mata, 5,9 mil em Penedo, 5 mil em Rio Largo, 5 mil em Roteiro e 1,5 mil em Marechal Deodoro.

“Em cinco anos a produção de camarão no Agreste de Alagoas aumentou 442%, sendo que de 2020 para 2021 o aumento foi de 28%. Esse movimento de interiorização da criação se deve ao uso de águas subterrâneas e pelo isolamento sanitário maior, possibilitando melhores condições de criação”, explica Carlos Henrique de Amorim Soares, gerente de Gestão Estratégica do Sebrae Alagoas.

Ele lembra que a atividade vem substituindo culturas como abacaxi e mandioca, que sempre foram destaque no Agreste. A perspectiva para este ano é que a produção de camarão em todo o estado seja maior que nos anos anteriores. “A interiorização da criação de camarão em Alagoas deve ser ampliada de forma significativa nas regiões do Agreste e Sertão do estado. As facilidades de uso de águas subterrâneas e o isolamento territorial do litoral, que diminui o risco sanitário nas produções, têm atraído vários investimentos de produtores locais e de outros estados”, explica.

Segundo Henrique Soares, com um fluxo de comercialização cada vez mais robusto, a perspectiva de crescimento da produção é de até 60% em relação a 2022. O fortalecimento das associações e cooperativas, a regularização ambiental e a qualidade do produto são os principais fatores que contribuem para esse crescimento.

Apoio do Sebrae

Empreender nem sempre é uma tarefa fácil, principalmente quando o negócio envolve licenciamento ambiental, que é um dos principais gargalos do setor em Alagoas. Que o diga João Paulo Tenório Celestino, do Povoado Poção, em Arapiraca. Ele já tinha tentado empreender no ramo de carcinicultura na região de Piaçabuçu. “Mas era algo muito amador, sem apoio de ninguém”, revela.

O Sebrae chegou para que ele pudesse desengavetar o sonho de criar camarão. “Desde jovem acho interessante a criação de seres aquáticos em geral. Vi o camarão como uma cultura desafiadora e que ainda traz bom retorno financeiro. Ainda não estou produzindo. Estava na fase de escolha e compra do terreno. Agora estou fazendo o projeto e aguardando a licença ambiental sair para dar início. O Sebrae me ajudou muito na questão do licenciamento, foi justamente quando eu estava descapitalizado, após a compra do terreno, e o Sebrae subsidiou boa parte da consultoria ambiental. O valor ficou acessível e consegui dar início a essa fase, que costuma demorar”, relata João Paulo.

Mais antigo na atividade da carcinicultura, o empresário Alfredo Manoel, de Coité do Nóia, também encontrou no Sebrae o apoio que precisava para empreender com mais segurança. “Comecei há quatro anos por influência de outros produtores amigos. O Sebrae me ajudou muito enquanto instituição e nos contatos com a equipe. O principal benefício que eu tive com o Sebrae, que eu posso destacar, foi conseguir um grande desconto no licenciamento ambiental e no direcionamento para todas as outras licenças, fundamentais para minha legalização na atividade. Outro fator importante foi participar de eventos de capacitação”, avalia.

Atualmente, Alfredo Manoel fornece camarões para vários estabelecimentos de Maceió e é um dos fornecedores do Mercado da Produção. Ele está inserido no Agreste que, como vimos, é uma das que mais produz camarão no Estado.








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