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09/11/2021 às 08h47min - Atualizada em 09/11/2021 às 08h47min

Filho de faxineira passa em medicina e vai ao trabalho da mãe para fazer surpresa

André Ramon teve mais um motivo para comemorar no dia de seu aniversário de 26 anos. Naquele 10 de agosto, o jovem recebeu a notícia com a qual sonhava desde que era adolescente -após seis tentativas, ele conseguiu passar no curso de medicina da Ufac (Universidade Federal do Acre). "Fiquei anestesiado quando soube. Parecia que eu tinha saído do meu corpo. Era algo que, às vezes, parecia distante e que nunca ia chegar. Mas, de repente, meu nome estava ali na lista. Foi o dia mais feliz da minha vida."

Parte desse dia foi registrado e, à época, viralizou nas redes sociais. O jovem decidiu ir ao trabalho da mãe, a faxineira Vilenilde Arruda, para fazer uma surpresa. No vídeo, gravado por um vizinho dele, André anda em direção à mãe para contar a notícia. Antes, porém, diz que seu objetivo não era uma ilusão, mas sim um sonho muito difícil. Os dois, então, se abraçam emocionados.
 

A frase que antecedeu a notícia não veio à toa. André lembra que, ao falar sobre o desejo de ser médico, pessoas próximas o desencorajavam. "Sempre existiram críticas. Me chamavam de vagabundo. Quando completam 18 ou 19 anos, filho de pessoas pobres precisam trabalhar. Como medicina é um curso difícil de passar, a gente tem que se dedicar integralmente", explica André, acrescentando que, por isso, não tinha um trabalho de carteira assinado, embora fizesse alguns bicos.

"Isso fazia com que eu não fosse bem-visto pelas pessoas. Além de vagabundo, me chamavam de inútil, porque eu não trabalhava." A críticas, porém, não o desmotivavam. Pelo contrário. Elas serviam de estímulo.
 

"Eu tinha de mostrar que elas estavam erradas. Quando passei, muitas dessas pessoas vieram me parabenizar." Além dos comentários maldosos, André precisou lidar com condições adversas para os estudos. O mais velho de seis irmãos, ele mora com a família em uma casa de madeira no bairro Jardim Brasil, em Rio Branco.

Com frequência, a casa esquentava de forma excessiva no verão, o que atrapalhava os estudos. Somado a isso, ele não tinha internet em casa, cenário que complicava ainda mais a preparação para o vestibular. O jovem driblou esses problemas graças à ajuda de amigos, que permitiam que ele estudasse em suas casas. Uma dessas pessoas chegou a pagar cursos para que André ficasse mais perto de realizar o sonho de ser médico.






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